• Coronel Detalha Operação Policial na Região da Cidade Operária: Ação Recupera Celulares Roubados e Intensifica Combate ao Crime

    Em uma coletiva de imprensa realizada na manhã desta quinta-feira (23), o coronel José Oliveira, comandante da Polícia Militar do Maranhão (PM-MA), detalhou os desdobramentos de uma operação conjunta na região da Cidade Operária, bairro periférico de São Luís conhecido por altos índices de criminalidade. A ação, batizada de “Escudo Operário”, visou desarticular redes de roubo e furto de celulares, resultando na recuperação de dezenas de aparelhos e na prisão de suspeitos envolvidos em furtos que aterrorizam moradores e comerciantes locais.

    A operação, coordenada pela Delegacia Especial da Cidade Operária (DECOP) e apoiada por equipes do Batalhão de Choque da PM, foi deflagrada nas primeiras horas da madrugada, abrangendo ruas como a Avenida Jerônimo de Albuquerque e becos adjacentes ao Conjunto Satélite. De acordo com o coronel Oliveira, a iniciativa surgiu de investigações iniciadas no início do ano, que mapearam um “boom” de assaltos rápidos a transeuntes, com foco em smartphones de alto valor.

    “Estamos falando de uma quadrilha organizada que usava a região como entreposto para revenda de aparelhos roubados. Em 2025, já registramos mais de 150 ocorrências de furto na Cidade Operária, e essa operação é um golpe direto nessa estrutura criminosa”, afirmou Oliveira, com tom firme, durante a coletiva no Quartel do Comando Geral da PM, no centro da capital maranhense. Ele destacou que os agentes agiram com base em denúncias anônimas e monitoramento de sinais de celular, evitando confrontos armados e priorizando a preservação da vida.

    Os resultados foram imediatos: 45 celulares foram apreendidos em um galpão improvisado no bairro Coroadinho, vizinho à Cidade Operária, onde os dispositivos eram desmontados e peças revendidas no mercado negro. Além dos aparelhos – avaliados em cerca de R$ 50 mil –, a polícia confiscou ferramentas de desmonte, chips falsos e R$ 3.200 em espécie, supostamente oriundos da comercialização ilegal. Três suspeitos, todos entre 20 e 35 anos, foram detidos em flagrante por associação criminosa e receptação. Um quarto foragido, identificado como líder do grupo, continua sendo procurado.

    Moradores da região, que acompanharam a operação de longe, expressaram alívio misturado a ceticismo. Maria José Silva, 52 anos, balconista em uma mercearia na Avenida Principal da Cidade Operária, relatou ter sido vítima de um roubo similar há três meses. “Meu celular sumiu na feira, e ninguém nunca mais viu. Essas operações vêm e vão, mas o crime volta. Precisamos de patrulhas fixas aqui, não só blitz de vez em quando”, desabafou ela, enquanto observava viaturas circulando pela rua poeirenta.

    O coronel Oliveira rebateu as críticas, enfatizando que a “Escudo Operário” faz parte de um plano maior de integração entre polícias Civil e Militar, com apoio da Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP-MA). “Não é uma ação isolada. Estamos instalando câmeras de monitoramento em pontos estratégicos e treinando comunitários para denúncias seguras via aplicativo Disque-Denúncia. A mensagem é clara: o crime não tem mais espaço aqui”, reforçou o oficial, citando uma queda de 15% nos registros de furtos na região nos últimos dois meses, atribuída a operações preventivas semelhantes.

    Dados da SSP-MA corroboram o otimismo policial: em 2024, a Cidade Operária registrou 289 casos de roubo de celulares, um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Já em 2025, até setembro, o número caiu para 210, graças a ações como essa. No entanto, especialistas em segurança pública alertam para desafios estruturais, como o desemprego elevado – superior a 25% na área – e a falta de investimentos em iluminação e lazer, que alimentam o ciclo de vulnerabilidade.

    A operação não registrou feridos ou trocas de tiros, um alívio em meio a episódios recentes de violência no Maranhão. Ainda assim, o comandante prometeu continuidade: “Voltaremos quantas vezes for necessário. A Cidade Operária é parte de São Luís, e São Luís merece paz”.

    Enquanto isso, os aparelhos recuperados serão periciados e devolvidos aos donos legítimos por meio de um mutirão de reconhecimento na DECOP, agendado para a próxima semana. A população local espera que essa seja mais do que uma vitória pontual – um passo real rumo à segurança sustentável em um dos bairros mais populosos e desafiadores da capital.

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