O líder do Hamas em Gaza, Khalil Al-Hayya, anunciou nesta quinta-feira (9) o fim da guerra com Israel e o início de um cessar-fogo permanente, em um dos momentos mais marcantes desde o início do conflito, em outubro de 2023. O acordo, mediado pelos Estados Unidos e pelo Egito, prevê a retirada gradual das tropas israelenses do enclave, a libertação de reféns e a soltura de prisioneiros palestinos.
O texto foi concluído na quarta-feira e deverá ser formalizado ainda hoje, após reunião do gabinete de segurança israelense, marcada para o fim da tarde. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que, assim que o cessar-fogo for oficializado, Israel iniciará o processo de libertação dos reféns, o que deve ocorrer em até 72 horas. O presidente americano Donald Trump, que conduziu as negociações, afirmou que os reféns vivos serão libertados até a próxima segunda-feira.
Pelos termos do acordo, entre 1.700 e 2.000 prisioneiros palestinos serão soltos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua. Em contrapartida, o Hamas libertará cerca de 20 reféns vivos e entregará os corpos de outros 28. O pacto também prevê o aumento imediato da entrada de ajuda humanitária em Gaza, com autorização para até 400 caminhões diários de alimentos, medicamentos e suprimentos essenciais nos primeiros cinco dias de trégua.
Apesar do avanço diplomático, vários pontos permanecem indefinidos. Ainda não há clareza sobre quais áreas de Gaza serão desocupadas nem por quanto tempo o cessar-fogo será mantido. O futuro político do território também segue incerto, assim como a questão do desarmamento do Hamas, que resiste em entregar completamente suas armas.
A comunidade internacional recebeu o anúncio com cauteloso otimismo. O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que o mundo observa “com esperança e prudência”, lembrando que a paz só se consolidará se houver compromisso duradouro entre as partes e garantia de assistência humanitária contínua.
