Considerado um dos melhores lugares do país para o kite, o povoado Atins possui condições naturais ideais para a prática do esporte em lagoa, mar ou rio
Velejar nos Lençóis Maranhenses é uma das experiências que Atins proporciona aos praticantes de kitesurf (Foto: Divulgação/Vila Aty) |
Antes de se consolidar como destino turístico, o vilarejo Atins já era popular entre os praticantes de kitesurf, esporte aquático que permite velejar sem barco, utilizando apenas uma prancha e uma pipa (ou kite, em inglês). Um dos motivos que fazem do povoado localizado na região dos Lençóis Maranhenses um dos melhores lugares do Brasil para o esporte são os ventos fortes e constantes, que permitem o velejo em lagoa do Parque Nacional, no mar ou em rio.
A kitesurfista Mikaili Sol experimentou os ventos de vários lugares do mundo (Foto: Divulgação/GKA) |
“É um lugar bem incrível! Acho que todo mundo deveria ir para provar o kite lá, que é uma coisa bem diferente de velejar em outros lugares”, avalia Mikaili Sol, hexacampeã mundial de kitesurf, que velejou em lagoa dos Lençóis em setembro de 2020. Atualmente, a jovem atleta cearense — que cresceu vendo o pai maranhense praticando o esporte — disputa o circuito mundial da GKA (Global Kitesports Association) na categoria Freestyle.
Os ventos favoráveis, no entanto, não são a única razão pela qual o povoado atrai kitesurfistas profissionais e amadores de várias partes do país e do mundo. Segundo o empresário Saulo Prazeres, maranhense apaixonado pelo esporte, o local possui ainda outros atributos que o tornam ideal para o kite.
“Quando a maré está baixa, o velejador tem águas rasas e calmas, propícias ao aprendizado. Além disso, há um canal que liga o rio Preguiças ao mar, sendo um atrativo para curtir grandes ondas no mar e também fazer downwind [travessia a favor do vento] com paisagens paradisíacas na região dos Lençóis Maranhenses”, descreve Saulo.
Entre julho e dezembro, o povoado Atins é invadido por kitesurfistas em busca de bons ventos (Foto: Leo Castro) |
O kitesurf o levou a ter seu primeiro contato com o povoado, há mais de 10 anos, e também foi uma de suas principais motivações para empreender em Atins, fundando o hotel Vila Aty, do qual é sócio-administrador. “Conheci o vilarejo de Atins em 2009 vindo de uma kitetrip que partiu de Tutoia. Uma chegada ao pôr do sol, a praia estava linda. Foi nesse momento que escolhi Atins para iniciar a jornada no turismo”, relembra o empresário.
Passar o dia na praia de Atins velejando entre o rio e o mar, fazer downwinds de 15 a 25 km partindo da praia do povoado até o Canto do Atins, e o velejo em uma das lagoas dos Lençóis — que é liberada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) para a prática do esporte — são algumas das atividades que Saulo recomenda aos kitesurfistas que estiverem visitando a região. Ainda de acordo com ele, a melhor época para velejar são os meses de julho a dezembro, quando os ventos ficam mais fortes.
A atleta Mikaili Sol já subiu ao pódio seis vezes em competições mundiais de kitesurf (Foto: Divulgação/GKA) |