Um mês após início das investigações que apuram as causas do incêndio em um cinema da rede Cinesystem no Rio Anil Shopping, em São Luís, o inquérito ainda não foi concluído pelas autoridades. Duas pessoas morreram e pelo menos 21 ficaram feridas no incidente.
O prazo inicial para conclusão do inquérito era de 30 dias. A Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP), órgão da Polícia Civil, segue ouvindo os depoimentos de vítimas, funcionários e gerentes. As investigações do caso correm sob sigilo.
O Instituto de Criminalística (ICRIM) informou que o laudo pericial será enviado às autoridades, quando for concluído. O Corpo de Bombeiros do Maranhão (CBMMA) ainda trabalha na construção do laudo técnico sobre a dinâmica do incêndio e deve encaminhar o resultado para as autoridades competentes.
O Ministério Público do Maranhão (MP-MA) também abriu um inquérito para apurar as causas e resguardar os direitos das vítimas à reparação. O episódio é considerado o maior “acidente de consumo” do Estado registrado até hoje.
“O shopping tem uma responsabilidade objetiva nesse incêndio. Outro aspecto é a aplicação de manta asfáltica em qualquer lugar existe uma norma técnica que trata que, quando há a aplicação, ela tem que ser feita em um local evacuado. E lá o shopping, como de costume, parece que é um modus operandi dele, porque a gente já interditou esse shopping, por razões semelhantes de risco de desabamento, ele continuou funcionando e não obstante, o serviço sendo feito em cima do telhado na aplicação de manta asfáltica”, explicou Lítia Cavalcante, promotora do consumidor.
Os sobreviventes do incêndio não quiseram se manifestar sobre o caso. Muitos ainda estão com o psicológico abalado, sofrendo crises de ansiedade e pânico, por conta do risco que correram.
“Situações traumáticas ou quando você passa por algum tipo de repertório de perda da sua segurança, ou até mesmo incidentes que te passem uma situação de vulnerabilidade, isso pode desenvolver no individuo a síndrome do estresse pós traumático”, explicou Evelyn Lindholm, psicóloga.
Para a Polícia Civil, a rede de cinemas Cinesystem informou que havia goteiras no cinema e que contratou uma empresa terceirizada para fazer os reparos. Imagens mostraram o momento em que os operários colocaram uma manta asfáltica, no mesmo horário de exibição dos filmes.
Em nota, o Rio Anil Shopping disse que segue contribuindo com as autoridades e dando assistência às vítimas e suas famílias. A rede de cinemas Cinesystem não se manifestou.
Também em nota, o ICRIM afirmou que precisa de mais tempo para concluir a investigação, devido a natureza multidisciplinar no âmbito pericial, por ser um caso de alta complexidade. O Corpo de Bombeiros chegou a marcar uma entrevista, com a TV Mirante, para tratar sobre o caso, mas em seguida, foi cancelada por eles.
Polícia investiga causas de incêndio em cinema de shopping que matou duas pessoas em São Luís
Uma das salas do cinema da rede Cinesystem, localizado no Rio Anil Shopping, pegou fogo em São Luís. O caso aconteceu em 7 de março. Yasmin Gomes Campos, de 21 anos e Evellyn Gusmão Gomes Silva, de 16 anos, morreram no incêndio. Outras 21 pessoas ficaram feridas.
Fonte: G1