Por: Felipe Klamt
20 de Julho de 2025
Com um discurso mais sereno do que em outras fases, mas ainda carregado de posicionamento político, o senador não fugiu dos temas espinhosos. Quando perguntado sobre as novas taxações impostas por Donald Trump ao Brasil, ele não pestanejou: “O Brasil é soberano e não pode se curvar diante de ameaças à nossa autonomia. Isso é medo do nosso crescimento”.
A crítica não parou por aí. Para ele, a China, onde esteve recentemente com o presidente Lula, será a grande beneficiada da crise entre Brasil e EUA. “Temos que mudar nossa concepção sobre a China. É um país altamente desenvolvido, tecnológico e com enorme potencial de parceria. Quem ainda olha para a China com desconfiança, está preso a uma visão ultrapassada e ideológica”, afirmou.
Taxação dos super ricos
Mas foi no debate sobre a política nacional e maranhense que Weverton voltou ao seu habitat natural: o Congresso. E ali, com o jeitão de quem circula bem pelos corredores de Brasília, ele defendeu a chamada “taxação dos super ricos”, aprovada como contrapartida à isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil.
Senador torce pela unidade do grupo governista
No Maranhão, o senador adotou uma postura mais cautelosa. Disse torcer pela unidade do grupo governista e destacou o papel de sua parceira política, a presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão, Iracema Vale (PSB), deixando evidente que a decisão caberá ao governador Carlos Brandão (PSB). Sobre a possibilidade de Orleans Brandão ser o nome escolhido, foi diplomático: “Tenho pouca proximidade, mas ele tem qualidades para disputar qualquer cargo”.
Em outro momento, reforçou: “O melhor para o Maranhão é a unidade, mas caminharemos com o candidato escolhido pelo governador”.
Também afirmou que o presidente Lula (PT) e o governador Carlos Brandão (PSB) caminham unidos no projeto de desenvolvimento nacional, regional e estadual, sendo indiscutível a parceria eleitoral entre ambos em 2026.
No campo das entregas, destacou o Hospital de Amor, inaugurado em Imperatriz com recursos viabilizados por ele. A unidade, que é referência na prevenção e tratamento de câncer, já realizou mais de 115 mil atendimentos, incluindo ações itinerantes em todo o estado. Somado ao fortalecimento permanente com verbas do Hospital Aldenora Bello em São Luís e no município de Pinheiro, atendendo a pacientes da baixada maranhense e de outros estados. “Todos os anos, destinamos pelo menos R$ 7 milhões para manter o hospital, entre emendas individuais, bancada e demais parlamentares da região. É uma prioridade minha. A saúde tem sido uma das minhas principais plataformas de trabalho”.
Weverton também avaliou o cenário político futuro e sinalizou que a polarização deve se manter até 2026 com Lula e Bolsonaro no protagonismo, mas acredita que em 2030 o país verá novos nomes despontarem. “Esse fervor favorece políticos com discursos rasos. Mas o povo vai se cansar. O Brasil vai amadurecer politicamente. Acredito que 2030 será o marco de uma nova geração no poder, com mais responsabilidade social e compromisso com resultados.”
Ao fim da entrevista, o que se viu foi um senador em plena forma, dono de articulação nacional e cada vez mais habilidoso em sua movimentação regional. E como ele mesmo deixa claro: não tem pressa. Mas está de olho.





