Mais de um ano após o caso e com uma vítima, ainda segue sem respostas o acidente com paramotor que tirou a vida do empresário Sandro Antonio Schons, que caiu de uma altura de 10 metros quando sobrevoava a praia do Calhau, em São Luís, no dia 14 de agosto de 2022.
Na época, a Polícia Civil ouviu testemunhas, a esposa de Sandro e um bombeiro que ajudou a socorrer o piloto, assim que ele caiu. Ficou constatado que várias pessoas estavam empinando pipa na região, e, posteriormente, foram encontradas linhas com cerol junto ao equipamento.
Leônidas Oliveira, um instrutor de aeromodelismo que testemunhou a queda de Sandro, também informou ao g1 Maranhão que somente algo altamente cortante poderia ter danificado o parapente.
“Sem sombra de dúvidas e sem achismo. Ele [Sandro] voava com equipamento novo. A asa dele eu acho que tem quatro a cinco meses de comprada. Então não deve ter quebrado. Esse material eu nunca vi quebrar. É um material desenvolvido pela Nasa, o kevlar, usado até em colete balístico. Então é um negócio bem seguro para quebrar assim. Quando eu fui lá prestar os primeiros socorros, pude observar um conjunto de linhas [da asa] cortado mesmo, um tirante de linhas, do lado direito”, afirmou Leônidas, na época.
Eduardo Jansen, delegado da região do São Francisco (9º DP) e que iniciou as investigações, enviou o equipamento de Sandro para perícia e também ficou constatada que linhas de pipa cortantes teriam causado a queda, mas o inquérito não avançou.
“O procedimento foi solicitado pela SPCC – Superintendência de Polícia Civil da Capital, não sendo concluído pelo 9º DP”, declarou o delegado.
Questionada pelo g1, a Secretaria de Segurança Pública do Maranhão (SSP) também não dá respostas sobre como estão as investigações e se algum suspeito foi identificado. Familiares suspeitam que a polícia desistiu de investigar e o caso deve ser arquivado sem que haja um culpado.
“Eu tenho uma indignação muito grande, que parece que ninguém se importou com o caso, ninguém nunca se preocupou em saber de que forma foi, quem fez isso com meu irmão”, afirmou Juliane Schons, irmã do piloto.
Ainda segundo Juliane, os familiares seguirão pedindo por justiça após a morte de Sandro, que tinha 52 anos, era dono de um bar, e acumulava bastante experiência na prática do aeromodelismo.
“O que mais queria era um resultado e achar o culpado. Ele [Sandro] era uma pessoa que não falava mal de ninguém, com um coração muito grande. Era e vai continuar sendo meu herói”, conclui.
Sandro era um entusiasta do aeromodelismo. Nas redes sociais, ele costumava postar vídeos voando pelas praias de São Luís. Por volta das 16h do dia 14 de agosto, ele caiu de uma altura de 10 metros, aproximadamente, e morreu ao chegar no hospital.
As imagens gravadas por uma testemunha mostram o piloto sobrevoando a praia, que estava bastante movimentada, até que, repentinamente, ele perde altitude e cai direto na areia. O corpo de Sandro foi sepultado no cemitério da Pax, em Paço do Lumiar.