O presidente Lula (PT) pode deixar para janeiro de 2024 a troca do comando do Ministério da Justiça por conta dos atos golpistas de 8 de janeiro.
Segundo interlocutores ouvidos pelo blog, a decisão é porque em cerca de 20 dias marcará um ano do combate feito pelo atual ministro, Flávio Dino, e sua equipe contra os bolsonaristas que invadiram depredaram as sedes dos Três Poderes.
E como o presidente quer realizar um ato para lembrar dos ataques sofridos em Brasília, a expectativa dele é contar com Flávio Dino ainda como Ministro da Justiça no dia do evento.
“É um simbolismo com o Dino”, disseram interlocutores ao blog.
O local do ato está sendo negociado com presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que disse ao blog que a ideia partiu de Lula e que Dino ligou para ele para discutir sobre o evento.
“Eu disse [que poderia acontecer no] Congresso Nacional, [mas] se vai ser no Câmara ou Senado [veremos depois]. [Primeiro], vamos ouvir o cerimonial para discutir o formato e se vai ser uma sessão solene ou cerimônia”, afirmou Pacheco.
De todo modo, mesmo que a troca possivelmente ficar para o ano que vem, Lula ainda pode escolher o novo ministro nos próximos dias — mas não há data definida para tal.
Nomes favoritos
Como o blog antecipou, o nome favorito para a vaga de Dino é de Ricardo Lewandowski. Porém, integrantes do governo têm lembrado nos bastidores que o MJ de agora não é o mesmo de 20 anos atrás, que permitia um perfil ”a la Marcio Thomaz Bastos”, em referência ao primeiro ministro da Justiça de Lula, responsável, entre outras coisas, pela reestruturação da Polícia Federal e pelo Estatuto do Desarmamento — uma vez que o país mudou e o enfrentamento do crime, também.
Hoje, o MJ cuida quase que integralmente de segurança pública — com operações rotineiras contra milícias, facções e tráfico.
E se o ex-ministro do STF não for convidado ou não topar, o PT e o PSB já se mobilizam para tentar emplacar um sucessor.
- Pelo PSB, o nome mais forte é o de Ricardo Cappeli, braço direito de Dino no Ministério da Justiça;
- Pelo PT, o advogado Marco Aurelio Carvalho ganhou apoio de diferentes alas do partido nos últimos dias;
- Há ainda o secretário de assuntos jurídicos do Planalto, Wellington Lima, que conta com a confiança de setores importantes do governo — como o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) — além de gozar de proximidade com o presidente Lula, que gosta muito do assessor.
Para alguns interlocutores ouvidos pelo blog, a escolha de Lima é uma saída menos traumática para o presidente, já que Lula não teria que se indispor com PT e nem com PSB.