Deputados do Partido Liberal (PL), partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas comandado por Valdemar Costa Neto, protagonizaram uma intensa polêmica em um grupo de WhatsApp da bancada. Em mensagens obtidas pelo jornal O Globo, confirmadas por cinco dos envolvidos, foram revelados xingamentos, acusações e até mesmo ameaças de saída do partido, segundo reportagem do jornalista Bruno Góes. A controvérsia surge três dias após a votação da Reforma Tributária na Câmara, na qual os deputados do PL se dividiram, gerando tensões internas.
Após o acalorado debate no grupo, alguns parlamentares favoráveis à reforma cogitam buscar a Justiça para deixar o PL sem infringir a regra de fidelidade partidária. No entanto, eles constituem uma minoria dentro do partido, que conta com 99 deputados e se tornou a maior bancada da Câmara após a filiação em massa de aliados de Bolsonaro. Na votação em primeiro turno da proposta de alteração do sistema de impostos no país, o PL registrou 20 votos favoráveis, enquanto 75 foram contrários.
A tensão entre os deputados no grupo do PL se intensificou quando Vinícius Gurgel (PL-AP) começou a reclamar sobre a perseguição que os 20 parlamentares favoráveis à reforma estariam sofrendo nas redes sociais. Gurgel foi um dos membros do partido que apoiaram a proposta. Durante a discussão, expressões como “melancias traidores” e “extremistas” foram utilizadas, revelando a nova realidade política da legenda. O líder do PL, Altineu Côrtes (PL-RJ), decidiu bloquear o grupo após a acirrada discussão.
O desentendimento público entre os deputados do PL expõe as profundas divisões internas em relação à votação da Reforma Tributária e a submissão ou não às posições extremistas de Jair Bolsonaro.