• Polícia Federal apura desvio no Auxílio Emergencial de R$ 50 milhões em 12 estados e no DF; 10 mil contas foram fraudadas

    A Polícia Federal de Campinas (SP) cumpre, nesta terça-feira (7), 47 mandados de busca e mais dois de prisão preventiva em uma operação contra fraudes no Auxílio Emergencial que chegam a R$ 50 milhões. O alvo é uma organização criminosa com focos em 12 estados e no Distrito Federal.

    “Após análises de RIFs (relatórios de inteligência financeira) e quebra de sigilos bancários, estima-se que a organização criminosa movimentou valores que ultrapassam os 50 milhões de reais, com mais de 10.000 (dez mil) contas fraudadas.”, disse a PF.

     

    Os mandados foram expedidos pela 9ª Vara federal de Campinas e estão sendo cumpridos em Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo, Tocantins e no DF. Foi autorizado o bloqueio de bens e valores encontrados em nome dos investigados.

    Cartões bancários, máquinas para efetuar pagamentos e outros objetos foram apreendidos – veja lista de cidades com mandados abaixo. Os dois mandados de prisão são para Goiânia e Brasília; detalhes ainda serão divulgados.

    Ao todo, 37 envolvidos na operação estão sendo investigados pelos crimes de furto mediante fraude, estelionato e organização criminosa. As penas somadas ultrapassam 22 anos de prisão.

    Cartões e máquinas apreendidas pela Polícia Federal em operação contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Cartões e máquinas apreendidas pela Polícia Federal em operação contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Cidades com busca e apreensão

     

    Passo a passo mostra como pedir o auxílio emergencial no site e no aplicativo — Foto: Nayra Halm/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    Passo a passo mostra como pedir o auxílio emergencial no site e no aplicativo — Foto: Nayra Halm/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    Investigação começou em 91 benefícios

    O Auxílio Emergencial foi lançado em abril de 2020 para ajudar os trabalhadores prejudicados pela pandemia da Covid-19.

    As fraudes começaram a ser apuradas em agosto de 2020 após a Caixa Econômica Federal encaminhar informações à PF de Brasília sobre 91 benefícios do programa de renda complementar fraudados. Eles somavam R$ 54,6 mil e tinham sido desviados para duas contas bancárias de pessoa física e de pessoa jurídica, residente e sediada em Indaiatuba (SP).

    Policial federal cumpre mandados em Valinhos contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Policial federal cumpre mandados em Valinhos contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Ao longo da investigação instaurada na Delegacia de Polícia Federal de Campinas “milhares de outras fraudes “foram reveladas, disse a PF.

    “O rastreamento inicial das transações indicou que parte dos envolvidos nestas fraudes estava situada nos estados de Goiás e Rondônia, sendo este último, estado lugar de residência de familiares da pessoa física residente em Indaiatuba, SP.”, completou a corporação.

    Outra etapa da investigação descobriu que osbeneficiários suspeitos receberam valores que pertenciam a 359 contas do Auxílio Emergencial. Os pagamentos eram feitos por pagamento de boletos e transferências bancárias.

    Ao todo, 200 policiais federais estão na operação, denominada Apateones, que significa fraudadores, em grego.

    Operação da Polícia Federal em Porto Velho (RO) contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Operação da Polícia Federal em Porto Velho (RO) contra fraudes no Auxílio Emergencial — Foto: Polícia Federal/Divulgação

    Apuração de fraudes massivas

     

    As apurações foram realizadas em conjunto entre Polícia Federal, Ministério Público Federal, Ministério da Cidadania, Caixa, Receita Federal, Controladoria-Geral da União e Tribunal de Contas da União. Este grupo foi denominado Estratégia Integrada de Atuação contra as Fraudes ao Auxílio Emergencial (Eiafae).

    “O objetivo da atuação interinstitucional conjunta é a identificação sistemática de fraudes massivas e a desarticulação de organizações criminosas, com a responsabilização de seus integrantes e a recuperação de valores para o Erário”, explicou a Polícia Federal.

    Fonte: G1

     

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